Este artigo foi publicado anteriormente em 2017.
A Regra de Ouro pode não ser uma regra de fato, mas um segredo oculto para a felicidade.
A porção desta semana de Acharei Mot-Kedoshim é tão potente que nós a lemos duas vezes ao ano – uma em Yom Kipur e outra durante o Shabbat no mês de Iyar (Touro). Existem incontáveis lições que podemos aprender da história e inúmeros benefícios em ouvir sua leitura. Um dos mais importantes dentre eles é o ensinamento espiritual que é o propósito pelo qual todos os preceitos existem. Pois é nesta porção que encontramos a Regra de Ouro: Amar ao próximo como a si mesmo.
“Fomos feitos para sempre evoluir, mudar e crescer.”
Para muitos, esse preceito é complicado. Como eu posso amar ao próximo como a mim mesmo se eu não me amo? Além disso, como posso amar a mim mesmo se eu não me conheço?
Vamos usar o entendimento espiritual para nos ajudar a revelar a essência mais profunda e mais oculta dessa frase e de sua complexidade: Em relação a nós nos conhecermos, algumas pessoas gastam uma vida inteira tentando se conhecer. A verdade é que nós fomos feitos para sempre evoluir, mudar e crescer. Quem fomos dez anos atrás certamente não é quem somos hoje, e certamente nos conhecermos é mais uma jornada do que um destino.
Além disso, amar a si mesmo verdadeiramente é entender que somos seres divinos. O amor próprio mais poderoso vem da total reverência e consideração pelo fato de que, em nossa essência, carregamos uma faísca do Criador, que nunca pode ser desprezada, maculada ou quebrada. É por meio de um profundo respeito pela Luz dentro de nós e pelos outros que podemos começar a amar.
Mais importante, para mim, os momentos em que eu mais aprendi sobre quem eu sou não foram os momentos de autocontemplação, ou mesmo de meditação. Eu descubro muito mais quando deixo de focar tanto em mim e começo a focar na intenção de como compartilhar minha Luz com os outros. A mente pode se tornar tão pesada com preocupações, dúvidas e ansiedades que, às vezes, sentimos ser impossível derrotar os pensamentos negativos. No entanto, no momento que me ocupo em amar ao próximo – encontrando formas genuínas para compartilhar mais, cuidar mais, ir mais adiante na milha extra –, eu saio completamente de dentro do meu espaço mental. As dores de cabeça se dissipam. As preocupações desaparecem. A escuridão em nossas próprias vidas é banida pela Luz que despertamos nos outros. Ao compartilhar e, consequentemente, amar os nossos semelhantes, estamos vivenciando a forma mais profunda de compartilhar e amar a nós mesmos.
“Amar ao próximo como a si mesmo é a chave que dá acesso ao maior dos tesouros.”
Dessa forma, podemos ver que o Criador não nos deu uma regra, mas um circuito para obter o máximo de felicidade em nossas vidas. Note a estrutura da sentença: a primeira parte dela pede que amemos os outros, enquanto a segunda sugere que o façamos da mesma forma como amamos a nós mesmos.
Amar ao próximo é como descobrimos a nossa própria divindade e, a partir disso, a nossa conexão com a Luz. Amar ao próximo como a si mesmo é a chave que dá acesso ao maior dos tesouros: a generosidade da plenitude que o Criador procura nos conceder.
Há uma energia no cosmos nesta semana que pode nos ajudar a fazer desse, que é o mais sagrado dos preceitos, a nossa prioridade. Para cumprir com o preceito de amar ao próximo como a si mesmo e se beneficiar de uma conexão mais profunda com a Luz, considere apenas duas coisas a cada dia:
Veja bem, é muito menos complicado do que pensamos. Isso é porque a Luz é sempre simples.